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REGENERAÇÃO

REGENERAÇÃO

Os nascidos da carne

Todos os homens nascidos de Adão são plantas que Deus não plantou, visto que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. As plantas que o Pai 'planta' são aqueles que crêem em Cristo. Estes não serão arrancados, e permanecem para sempre.

O Primeiro e o Último Adão

 "Ele porém respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou, será arrancada" ( Mt 15:13 )

Há distinções claras entre nascimento e o Novo Nascimento. Enquanto este é por meio de Jesus Cristo, àquele decorre de Adão. Através do Novo Nascimento o homem adquire a natureza divina, enquanto através do nascimento, o homem adquire a natureza decaída de Adão.

O nascimento do homem natural está vinculado à natureza Adâmica e o novo nascimento à natureza de Cristo, o último Adão ( 1Co 15:45 ).

O nascimento do homem decorre da vontade da carne, da vontade do varão e do sangue e o novo nascimento se dá por meio da Palavra de Deus (água) e pelo Espírito de Deus.

O ‘novo’ nascimento dá origem ao novo homem, ou ao homem espiritual, e o nascimento dá origem ao velho homem, ou ao homem carnal “Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual” ( 1Co 15:46 ).

A vontade do homem e a vontade de Deus dão origem a nascimentos distintos.

Os homens quando vêm ao mundo nascem da vontade do homem, da vontade da carne e do sangue: este é o primeiro nascimento.

O novo homem ao nascer, nasce da vontade de Deus por meio da água e do Espírito: este é o novo nascimento, o nascimento do homem espiritual.

Só é possível nascer da vontade de Deus aqueles que crêem em Cristo, pois estes recebem poder para serem feitos filhos de Deus e tornam-se participantes da natureza divina. Estes recebem da plenitude que há em Cristo ( Cl 2:10 ; Ef 4:19 e Jo 1:16 ).

O novo nascimento só ocorre por meio da fé no Filho de Deus; não há outra maneira de se alcançar a filiação divina.

Todos os homens nascidos de Adão são plantas que Deus não plantou, visto que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. As plantas que o Pai 'planta' são aqueles que crêem em Cristo. Estes não serão arrancados, e permanecem para sempre.

Outra figura que ilustra o nascimento e o novo nascimento é a parábola dos dois caminhos. O nascimento é porta de entrada tanto para o caminho largo, quanto para o caminho estreito. Quando nascido de Adão, o homem entra pelo caminho largo, quando nascido de novo em Cristo, o homem entra pelo caminho estreito.

Da mesma forma, os vasos para honra são feitos em Cristo, e os vasos para desonra feitos em Adão. Tanto os vasos para honra, quanto os para desonra são feitos da mesma massa.

Se o homem quiser nascer de novo, é preciso entrar pela porta estreita, e será feito vaso para honra.

O Que é Nascido...

“O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito, é espírito” ( Jo 3:6 )

Nicodemos fez duas perguntas: ‘Como pode um homem nascer, sendo velho?’, e ‘Poderá este homem voltar ao ventre materno?’.

A resposta à primeira pergunta foi: um homem poderá nascer de novo da água e do Espírito. Já a segunda pergunta é esclarecida através da seguinte afirmação: “O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito, é espírito” ( Jo 3:6 ).

Após esclarecer que o novo nascimento é por meio da palavra (água) e do Espírito (Deus), Jesus desfaz a confusão de Nicodemos que pensou ser o novo nascimento decorrente de filiação terrena.

O nascimento proveniente do ventre materno só produz homens carnais, ou seja, a carne só pode produzir carne. Em contra partida, aqueles que são nascidos de Deus (Espírito), estes são espirituais.

Enquanto o mundo vive a procura de uma espiritualidade através de sacrifícios, meditações, orações, promessas, oferendas, esmolas, etc, Jesus demonstra que estas coisas são inócuas na tentativa de se alcançar a nova vida.

Ao estabelecer que os nascidos da carne, são carnais, e os nascidos de Deus, são espirituais, é fácil distinguir quem é carnal e quem é espiritual: todos os homens ao nascerem são carnais. Todos os homens nascem de uma semente corruptível, a semente de Adão, e portanto, são carnais.

Todos os homens que recebem a Cristo por meio da fé, estes recebem poder para serem feitos (criados) filhos de Deus. São os nascido segundo a vontade de Deus, e, portanto, espirituais ( Jo 1:12 -13).

Ao falar com a mulher samaritana, Jesus deixa bem claro que somente os nascidos de novo, os espirituais, é que prestam uma verdadeira adoração a Deus ( Jo 4:23 -24).

 

Como nascer novamente?

 
Ao preocupar-se em como um velho poderia nascer novamente, vemos que Nicodemos despiu-se de seus méritos e posições. Ele poderia ter perguntado como era possível alguém na posição de juiz, ou de mestre nascer de novo, mas diante de Jesus, Nicodemos viu a sua real posição: um homem já velho, que carecia de salvação (novo nascimento)!

A Universalidade da Mensagem

“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” ( Jo 3:3 )

Aresposta de Jesus a abordagem de Nicodemos é taxativa e universal.

É taxativa porque se não for satisfeita a exigência, não há como o homem ver o Reino de Deus. É universal por englobar toda humanidade.

Visto que o novo nascimento é uma necessidade que abrange todos os homens, podemos inferir que a salvação não diz de uma restauração moral, nem tão pouco de uma restauração física. Se assim fosse, os homens de moral mais elevada não necessitariam do novo nascimento.

Através da declaração de Jesus vemos que, tanto aqueles que possuem, quanto os que não possuem qualidades e méritos, precisam do novo nascimento. Nicodemos é um exemplo claro desta verdade.

Nicodemos era membro do Sinédrio, supremo tribunal dos Judeus ( Jo 3:1 ). Ele era um dos mestres em Israel ( Jo 3:10 ). Era membro também de uma das mais severas seitas do judaísmo, o farisaísmo ( Jo 3:1 ). Perante a sociedade, os da seita do farisaísmo eram tidos por justos pelo comportamento distinto que apresentavam ( Mt 5:20 ).

Mas, apesar de todas as suas qualidades pessoais (moral, caráter e comportamental), Nicodemos precisava nascer de novo, assim como qualquer outro homem desprovido de qualidades e méritos.

A abordagem de Jesus deixa evidente que os valores que os homens tanto primam (prezam) seguir não operam e nem mesmo promovem o novo nascimento.

Jesus demonstrou que todos os homens precisam do novo nascimento, ou seja, é imprescindível o novo nascimento para se ver e ter acesso ao Reino de Deus.

Desta forma, verifica-se que o novo nascimento não está vinculado aos princípios em que as relações humanas se firmam.

O homem procura aprovação na religião, na sua origem, no comportamento, na moral, no caráter, na justiça própria, na justiça humana e até mesmo através dos sacrifícios, mas estas coisas também não promovem o novo nascimento.

Geralmente as religiões propõem uma melhora ou uma mudança no caráter e no comportamento do homem, o que é proveitoso para as relações humanas, porém, tal proposta não possui valor algum na obtenção da salvação.

Nicodemos era o melhor que a sociedade da época podia apresentar, mas a resposta de Jesus deixa implícito que o Reino de Deus não é conquistado por questões pertinentes a este mundo.

Como Nascer Novamente?

“Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Poderá voltar ao ventre da sua mãe e nascer?” ( Jo 3:4 )

A resposta de Jesus mudou as convicções de Nicodemos sobre como alcançar a salvação, visto que, até aquele momento ele acreditava que tinha direito ao reino de Deus por ser descendente (filho) de Abraão ( Mt 3:9 ; Jo 8:33 ).

Quando ele soube que era necessário um novo nascimento para ter acesso ao o reino de Deus, questionou: Como pode um homem velho nascer novamente? É possível que ele volte ao ventre materno para novamente nascer?

Ao preocupar-se em como um velho poderia nascer novamente, vemos que Nicodemos despiu-se de seus méritos e posições. Ele poderia ter perguntado como era possível alguém na posição de juiz, ou de mestre nascer de novo, mas diante de Jesus, Nicodemos viu a sua real posição: um homem já velho, que carecia de salvação (novo nascimento)!

A conjectura de Nicodemos é descartada: ‘Poderá voltar ao ventre materno, e nascer?’, uma vez que o novo nascimento não tem relação com a descendência humana (maternidade ou paternidade).

Mesmo após ser descartada a conjectura de Nicodemos, ela nos auxilia na compreensão do sentido exato da palavra ‘nascer’ quando empregada por Jesus neste capítulo.

Quando Jesus falou da necessidade do novo nascimento, a idéia primária da palavra ‘nascer’ permaneceu a mesma (foi preservada).

Nascer ou nascimento refere-se à chegada de um novo ser ao mundo. Diz do início de uma nova vida neste mundo pleno da mesma vida que há em seus pais (natureza).

Se Nicodemos entendeu que, para ocorrer o novo nascimento era preciso voltar ao ventre materno, podemos inferir que o sentido exato da palavra 'nascer' utilizado por Jesus não diz de uma reforma na natureza do homem. Ela também não diz de uma possível recuperação moral e comportamental do homem. Não diz de uma conformidade. Não diz de uma reversão de atitude. Não é uma revitalização de uma vida que se extingue etc.

Quando Jesus disse que é preciso nascer de novo, ele falou da vinda de um novo ser a existência, pleno da vida que há em Deus, e de posse da natureza divina.

Jesus falou de uma ‘nova geração’, ou seja, de uma nova criação. Da mesma maneira que a palavra nascimento diz da vinda de um ser ao mundo, pleno da vida que há em seus pais, o novo nascimento diz da criação de um novo ser pleno da vida que há em Deus.

 

Crer para ser Regenerado, ou ser Regenerado para crer?

A mensagem anunciada é para os que necessitam de salvação: “Aquele que invocar será salvo” ( Jl 2:32 ). A mensagem tem por alvo os famintos e sedentos “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai” ( Is 55:1 ). Cristo pregou as boas-novas aos pobres, tristes, escravos e presos “O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar as boas-novas aos pobres” ( Is 61:1 -2).

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" ( Jo 11:25 )

A Ressurreição e a Vida

Opecador necessita ser regenerado para crer ou necessita crer para ser regenerado?

Está é uma pergunta que ecoa ao longo dos séculos, e ainda é possível ouvi-la reverberando em nossos dias! Qual a resposta correta? Como responder a pergunta?

Jesus foi categórico ao afirmar: “Eu sou a ressurreição e a vida” ( Jo 11:25 ) O que isto quer dizer?

O Senhor Jesus não definiu e nem teorizou sobre o que é a ressurreição e o que é a vida, porém, através do pronome pessoal na primeira pessoa do singular “Eu”, e do verbo ‘ser’ no presente do indicativo ‘sou’, ele demonstra ser a própria personificação da ressurreição e da vida.

Como Cristo é a ressurreição e é a vida, todos quantos querem ressurgir e viver necessitam tornarem-se um com Ele. Ele é de per si a ressurreição e a vida, e somente quando o homem torna-se participante da sua carne e do seu sangue, ressurge e vive por intermédio d’Ele.

Como? Quem come a carne e bebe o sangue de Cristo permanece em Cristo e Cristo nele ( Jo 6:56 ). A carne e o sangue de Cristo é comida e bebida, respectivamente ( Jo 6:55 ). Quem come e bebe da carne e do sangue torna-se participante de Cristo. É possuidor da vida eterna e será ressuscitado no último dia ( Jo 6:53 ; Jo 6:47 ).

A ressurreição e a vida são próprias à natureza de Cristo, e todos que querem ressurgir e viver tem que tornarem-se participantes da natureza de Cristo ( Jo 1:16 ; Cl 1:10 ). Neste sentido Jesus orou ao Pai: “Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que sejam um, como nós somos um: Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade...” ( Jo 17:22 -23).

Neste sentido disse o apóstolo Pedro: “Desse modo ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina...” ( 2Pe 1:4 ).

Jesus é enfático: “Quem come a minha carne, e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” ( Jo 6:56 ). Através deste anuncio o Senhor Jesus estabelece o seu mandamento, visto que, aquele que guarda o seu mandamento permanece em Deus, e Deus nele “E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus nele” ( 1Jo 3:6 e 23-24).

Jesus é a personificação da ressurreição e da vida, e todos que queiram ressurgir e viver necessita conhecê-lo. Não é somente ter ciência, saber acerca do Messias, antes é necessário ter comunhão íntima. Assim como o marido ‘conhece’ a esposa, tornando-se dois numa só carne "Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne" ( Ef 5:31 ), é necessário ao homem ‘conhecer’ a Cristo, ou antes, ser conhecido d’Ele ( Gl 4:9 ).

Sobre este assunto o apóstolo Paulo disse haver um grande mistério "Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" ( Ef 5:32 ), porque “... nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão" ( 1Co 10:17 ).

Fé e Crer

Para continuar analisando a declaração do Senhor Jesus faz-se necessário estabelecer o que é fé, e o que é crer.

Somos informados pelo apóstolo Paulo que o evangelho de Cristo é poder para salvação de todo que crer ( Rm 1:16 ), e que através do evangelho se descobre a justiça de Deus, que é de fé em fé.

Por que de fé em fé? O apóstolo dos gentios ainda indica que é de fé em fé conforme a citação que ele faz do profeta Habacuque. A profecia: “O justo viverá da fé”, é uma especificação de que a justiça de Deus é de fé em fé, e por isso, o apóstolo citou expressamente o profeta Habacuque "Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá" ( Hc 2:4 ).

Como compreender o que é de ‘fé em fé’, se as interpretações que encontramos da passagem ‘o justo viverá da fé’ são duvidosas?

Para compreendermos, necessitamos analisar o que Moisés ensinou "E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem" ( Dt 8:3 ).

Muitos entendem que ‘viver da fé’ é confiar que Deus há de sustentá-lo através da contribuição dos irmãos. Seria esta a interpretação acertada? Não! Moisés demonstra que Deus deixou o povo ter fome e que depois os alimentou com maná para ensinar-lhes uma lição: que o homem não viverá de pão, ou seja, que o reino de Deus não consiste em comida e bebida ( Rm 14:17 )!

Se alguém quer beber e comer, que vá trabalhar ( 2Ts 3:10 ), pois Deus determinou que o homem COMERÁ do suor do seu rosto "No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás" ( Gn 3:19 ). O homem não viverá do suor do seu rosto, antes comerá do suor.

‘Viver da fé’ não é o mesmo que comer à custa dos irmãos, visto que o apóstolo Paulo demonstrou que se deve trabalhar dia e noite para não ser pesado ao irmão ( 1Ts 2:9 ; 2Ts 3:8 ).

E como viverá o homem? De tudo que sai da boca do Senhor viverá o homem! E o que é proveniente da boca do Senhor? A sua palavra!

Temos através do ensinamento do profeta Moisés que o homem viverá através da palavra de Deus, ou seja, todo aquele que ouve a palavra de Deus e confia, alcança vida tornando-se justo, onde se conclui que o ‘justo viverá da fé’, a fé que uma vez foi dada aos santos ( Jd 1:3 ).

O verbo viverá no futuro demonstra que o homem está morto, e que necessita da palavra de Deus para ter vida (viverá). Com relação a este mundo o homem comerá do suor do seu rosto, com relação a vida eterna, o homem viverá por intermédio da palavra de Deus.

Habacuque anunciou a mesma mensagem que Moisés: o justo viverá pela palavra de Deus (fé), demonstrando também que é indissociável a condição de justo do novo ser que vem a existência.

  • “... mas o justo pela sua fé viverá" ( Hc 2:4 );
  • “... mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem" ( Dt 8:3 ).

Surge a indagação: é justo porque viverá da fé, ou viverá da fé porque é justo? Por meio da fé o homem vive e é justo. Sem conhecer Cristo, a vida concedida aos homens, não há como ser justo ( Jo 1:4 ). Como ser justo sem ser participante da vida? É impossível! Aquele que tem a vida, ou seja, que vive pela palavra de Deus, também é justo "Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida" ( Rm 5:18 ).

Após compreender que em muitas passagens bíblicas ‘fé’ é o mesmo que ‘a palavra de Deus’, ou o mesmo que o ‘Verbo encarnado’, temos os elementos necessário para compreender o que significa ‘justiça de Deus de fé em fé’ "Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar" ( Gl 3:23 ).

A fé é Cristo que se manifestou e todos quantos tem a Cristo (fé) e crêem (fé) n’Ele são justificados.

Judas disse: “... senti a necessidade de vós escrever, exortando-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” ( Jd 1:3 ). Quando o apóstolo Paulo escreveu que os cristãos eram salvos pela graça, por meio da fé, a palavra ‘fé’ designa a mensagem do evangelho “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” ( Ef 2:8 -9). Pela graça de Deus os cristãos são salvos mediante a verdade do evangelho (fé) que foi entregue (manifesto) aos santos, ou seja, a fé (evangelho) não vem dos homens, antes é dom de Deus.

A ‘fé’ é o mesmo que ‘evangelho’, visto que o apóstolo Paulo demonstra que a fé não vem das obras, demonstrando que ‘obras’ são proveniente dos homens, e a ‘fé’ manifesta por Deus.

Quando falava com a samaritana, Jesus argumentou: “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” ( Jo 4:10 ). Qual o dom de Deus? A sua palavra encarnada concedida aos homens: Jesus. Para conhecer o dom de Deus é necessário conhecer aquele que pediu: “Dá-me de beber”.

O evangelho também é nomeado de graça, salvação, fé, boas novas, esperança, poder de Deus, pregação, pão, vida, água, justiça, escândalo, espada, etc. Para saber quando estas palavras fazem referência ao evangelho, faz-se necessário analisar o contexto no qual foi empregada.

Se ‘fé’ é o mesmo que ‘evangelho’, o que é crer? Crer é descansar na esperança proposta "Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta" ( Hb 6:18 ).

Analisando o verso, temos que, ‘pomos o nosso refúgio’ é o mesmo que crer, descansar, confiar. Mas, em que os cristãos crêem, descansam, confiam? Na ‘esperança proposta’, ou seja, no evangelho de Cristo.

Deste modo, temos que: "... a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" ( Rm 10:17 ). O que o apóstolo concluiu? Que crer em Deus só é possível quando se ouve a palavra de Deus, ou seja, de fé (evangelho) em fé (crer) ( Ex 19:9 compare com Ex 20:19 ).

O que vem primeiro?

O homem crê para ser regenerado, ou é regenerado para crer?

Há uma preocupação em definir qual a ordem correta dos eventos para a salvação, mas não há uma preocupação em analisar a palavra de Deus. Analisam o que disseram acerca da palavra de Deus, mas não estudam diretamente a palavra de Deus.

Para a salvação é necessário alguns fatores:

  • O salvador;
  • A mensagem do salvador
  • Que o homem ouça o que é anunciado;
  • Que descanse naquilo que foi anunciado, e por fim;
  • O agir de Deus.

O que ocorre primeiro? O apóstolo Paulo apresenta a ordem correta: “Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” ( Rm 10:13 -17).

Deus se apresenta como o Salvador: “Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador” ( Is 43:11 ). Com relação à salvação, o Salvador tudo executou: “Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus” ( Is 43:12 ).

Com base na mensagem anunciada por Joel, o apóstolo Paulo demonstra como alcançar salvação: invocando o nome do Senhor.

Mas, para invocar é necessário crer, e para crer é necessário ouvir, e para ouvir é necessário que alguém seja enviado, e que este alguém enviado esteja de posse de uma mensagem, e que a mensagem seja proveniente do Redentor.

Para que a humanidade fosse salva, a promessa de Deus efetivou-se antes mesmo dos tempos que se medem em séculos, ou seja, na eternidade a fé que um dia haveria de se manifestar já era a promessa de Deus "Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos" ( Tt 1:2 ).

Cristo é a palavra eterna, o Verbo eterno, o autor da fé, ou seja, a fé é antes de todas as coisas. Cristo é o Verbo de Deus encarnado, ou seja, ele é a fé que haveria de se manifestar, porém, Ele é antes de todas as coisas ( Cl 1:17 ). Ou seja, a fé é antes do crer. Como o Autor da fé (evangelho) é antes de todas as coisas, o crer só é possível após a obra que o Autor Eterno realizou: a fé.

Acreditar na existência de Deus não promove a salvação, antes a salvação é proveniente da promessa de Deus. É da promessa que advém a salvação, e é na promessa de salvação que o homem deve crer. Para ser salvo o homem necessita crer na mensagem do evangelho, ou seja, a ‘fé’ que havia de se manifestar ( Gl 3:23 ). A ‘fé’ (esperança proposta) é a ancora da alma, segura e firme, que penetra além do véu para todos que nela se refugiam ( Hb 6:18 -19).

O apóstolo Paulo cita Isaias ‘Quem deu crédito a nossa pregação?’ ( Is 53:1 ), para demonstrar que a ‘fé’ é a mensagem do evangelho. Como as pessoas não têm ‘obedecido’ (ouvido, crido) ao evangelho, como se lê em Isaias, conclui-se que a fé (evangelho=boas novas=pregação) é pelo ouvir, e o ouvir (dar crédito=invocar=crer=fé=descasar) pela palavra de Deus “Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” ( Rm 10:16 -17).

Deus anunciou salvação e salvou, ou seja, cumpriu a sua palavra “Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus” ( Is 43:12 ). Como é fiel aquele que anunciou salvação e salva, ele tem a virtude necessária (fidelidade) para que os homens lhe dêem credito (eu o fiz ouvir). De sorte que, o ouvir (dar crédito) é pela palavra de Deus, que é fiel e verdadeira.

Deus falou outrora de muitas vezes, e de muitas maneiras, e por último falou aos homens através do Filho, o Verbo encarnado ( Hb 1:1 ). A fé foi anunciada concitando os homens a ouvir, beber, comer, invocar, dar crédito, buscar, etc., porém, não deram crédito e rejeitaram os profetas, mas, por último, Deus enviou o seu Filho "E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho" ( Mt 21:37 ).

Desde então, Deus tem enviado os seus servos ao mundo rogando que se reconciliem com Deus "De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus" ( 2Co 5:20 ).

Ora, se Deus roga através dos seus embaixadores, isto significa que Ele não impõe, ou determina quem será salvo, antes Ele espera que confiem em sua promessa. É impossível invocar, confiar, se não crer, mas como crer se não ouvirem? Resta que Deus, o salvador, anunciou salvação aos homens, e aqueles que dão crédito (ouvem), Ele salva.

Neste sentido, temos que, a fé é antes da salvação, pois ela (fé) foi manifesta para este objetivo: redenção. Mas, antes da salvação, é necessário que invoquem o Autor da fé, o que só foi possível (invocar) porque creu que Deus é poderoso para salvar,

  • O Autor da fé, Cristo, o Verbo eterno;
  • A fé (evangelho) é manifesta e anunciada;
  • Quem ouve e descansa (confia) naquele que se manifestou;
  • É salvo por Deus.

Quando lemos as Escrituras nos depararemos com passagens que apresentam a obra de Deus, como é o caso de Isaias 43, verso 12. Em outras passagens e apontado somente a necessidade do homem, que necessita invocar aquele que salva, como é o caso de Joel 2, verso 32.

A fé (evangelho anunciado) é o que promove a fé (crer), pois qualquer crença divorciada do evangelho, não salva. Há muitos que acreditam em milagres, outros que acreditam em Deus, e aqueles que querem acreditar em algo, mas nenhuma destas crendices pode salvar, pois não derivam do poder de Deus (evangelho) ( Rm 1:16 ).

Ainda que esteja morto

Após anunciar quem Ele é: "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida” ( Jo 11:25 ), o Senhor Jesus apresenta uma oportunidade de salvação: “Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" ( Jo 11:25 ). Esta não foi a única vez que Cristo anunciou a necessidade de se crer n’Ele. Observe:

  • "Eu sou a luz que vim ao mundo,para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas"(Jo 12:46 );
  • "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" ( Jo 7:38 );
  • "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede"( Jo 6:35 );
  • "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna"( Jo 6:47 );
  • "E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?"( Jo 11:26 ).
  • "E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo”( Jo 2:32 ).

Quem crer que Cristo é a ressurreição, a vida, a luz, o pão da vida, a água viva, o Verbo encarnado, o Senhor, ou seja, conforme as Escrituras, será salvo. Quem crê é salvo!

A mensagem anunciada é para os que necessitam de salvação: “Aquele que invocar será salvo” ( Jl 2:32 ). A mensagem tem por alvo os famintos e sedentos “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai” ( Is 55:1 ). Cristo pregou as boas-novas aos pobres, tristes, escravos e presos “O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar as boas-novas aos pobres” ( Is 61:1 -2).

Ora, a mensagem do evangelho tem por alvo os mortos, pois são eles que precisam de vida ( Jo 11:25 ). Quem precisa ouvir, ou quem necessita de vida são os mortos, e não os vivos!

Muitos divulgam que só é possível crer aqueles que são regenerados, porém, este argumento contradiz a mensagem de Cristo que diz: ainda que esteja morto, viverá!

Jesus veio ao mundo por causa dos que jazem em trevas. Ou seja, se alguém que está em trevas (não regenerado) crer em Cristo, passa da morte para a vida (regeneração).

Quem não possui um rio de água viva no seu ventre, ou seja, que não é regenerado, se crer na mensagem anunciada, rios de água viva correrão do seu ventre. Os regenerados não têm sede, pois qualquer que bebe da água, nunca mais terá sede.

 

Nascer da Água e do Espírito

A doutrina de Jesus somente tornou evidente o que estava registrado nos profetas: nascer da água e do Espírito é o mesmo que Deus espargindo água pura sobre o homem. Somente Deus pode conceder um novo coração e um novo espírito, ou seja, uma nova vida ao homem!

Água e Espírito

“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” ( Jo 3:5 )

Aresposta de Jesus satisfaz a seguinte pergunta: “Como pode nascer um homem, sendo velho?” A resposta é precisa: o novo nascimento é por meio da água e do Espírito!

Para entendermos a resposta de Jesus é preciso saber que a doutrina apregoada por Ele em nada difere da mensagem apregoada na lei e pelos profetas.

Sabemos que a lei nunca pode aperfeiçoar ninguém por conter somente a sombra dos bens futuros ( Hb 10:1 ). Porém, ela sempre apontou a necessidade da circuncisão do coração.

O que a lei propunha era impossível o homem alcançar por meio dela, visto que, a própria lei estava enferma pela carne (Romanos 8: 3). A lei somente serviu de ‘tutor’ para conduzir o homem a Cristo ( Gl 3:24 ), ou seja, ao apontar a necessidade da circuncisão do coração, a lei conduz o homem a Cristo, pois somente nele é possível alcançar circuncisão através do despojar do corpo da carne: a circuncisão de Cristo ( Cl 2:11 ).

Podemos extrair uma grande lição da lei: ela foi escrita em tábuas de pedras e entregue ao povo, mas, não pode aperfeiçoar ninguém, visto que, mesmo após a entrega da lei, Moisés continuou apregoando a necessidade da circuncisão do coração ( Dt 10:16 ; Dt 30:6 ; 2Co 3:3 e 7).

Caso a lei fosse essencial para a salvação do homem não haveria a necessidade de Moisés apregoar a circuncisão do coração. Conclui-se que, a lei entregue em tábuas de pedra não operou a transformação necessária no coração do povo, visto que, eles ainda precisavam da circuncisão do coração.

A ação divina nunca foi por intermédio da lei, visto que, a mensagem de Deus sempre foi: “Ouve, ó Israel...”, pois a fé é o único meio de se achegar a Deus ( Rm 10:17 ). Caso ouvissem a voz de Deus, haveria uma mudança radical neles: deixariam de ter um coração de pedra e passariam a ter um coração de carne ( Dt 11:18 ; Jr 4:4 ).

A intervenção divina na vida do povo só ocorreria no momento em que eles ouvissem e gravassem a lei em seus corações. A circuncisão é uma ação divina por meio da sua palavra ( Dt 30:6 -8).

O profeta Ezequiel sobre este assunto disse o seguinte: “Então espargirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” ( Ez 36:25 -27).

O mestre Nicodemos já conhecia esta passagem bíblica. Há muito que ele lia acerca da promessa de uma nova vida (um novo coração e um novo espírito), porém, não conseguia abstrair a essência do que Deus propôs.

Para alcançar a nova vida é necessário que o próprio Deus venha a espargir água pura sobre o homem (“EU” espargirei água pura sobre vós).

A doutrina de Jesus somente tornou evidente o que estava registrado nos profetas: nascer da água e do Espírito é o mesmo que Deus espargindo água pura sobre o homem. Somente Deus pode conceder um novo coração e um novo espírito, ou seja, uma nova vida ao homem!

Nascer da água é o mesmo que nascer da palavra: Jesus é o Verbo de Deus, ou seja, a Palavra encarnada ( Jo 1:14 ). Sobre este aspecto Paulo escreveu: “Para santificá-la, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra...” ( Ef 5:26 ) “Se alguém tem sede, vem a mim e beba” ( Jo 7:37 ). Jesus é a água que produz vida naqueles que são purificados por Ele, ou seja, naqueles que crêem.

Nascer do Espírito é o mesmo que nascer de Deus, visto que, Deus é Espírito e aqueles que d'Ele são nascidos recebem um novo espírito e um novo coração. Portanto, “...o que é nascido do Espírito é espírito” ( Jo 3:6 ), e os que crêem recebem poder para serem feitos filhos de Deus! Ora, se o homem crê, da plenitude de Deus já recebeu ( Jo 1:16 ; Cl 2:7 -8). Passa a ser participante da natureza natureza divina ( 2Pe 1:4 ).

Quem crê na Palavra encarnada como diz as Escrituras, do seu interior terá rios de água viva fluindo, ou seja, isto foi dito: “... do Espírito que haviam de receber os que nele cressem” ( Jo 7:37 -39), o nascer do Espírito.

Há uma ordem específica para se nascer de novo? Sim! Primeiro o homem nasce da água, depois do Espírito! Como?

Primeiro o homem precisa da Palavra de Deus para que possa crer, ou seja, para crer, primeiro é preciso ouvir (ser espargido por Deus com água limpa), acerca da fé (evangelho) que é poder de Deus que faz dos homens que descansam na esperança proposta filhos de Deus “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é Poder de Deus para a Salvação de todo aquele que crê” ( Rm 1:16 ).

O homem só tem acesso ao poder de Deus depois que ouve a palavra da verdade, conforme Paulo escreveu a Tito: “... Ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo” ( Tt 3:5 ).

Paulo ao escrever a Tito demonstra que Deus lava e renova o homem por meio da palavra e do seu Espírito, ou seja, ele reafirma o que foi dito por Ezequiel: (“EU” “espargirei água pura sobre vós...”).

Através da Palavra de Deus, que é água pura espargida sobre o pecador, ocorre a lavagem da regeneração. Os que de Deus são nascidos, são renovados pelo Espírito Eterno, recebendo um coração de carne em lugar do coração de pedra e um novo espírito ( Sl 51:10 ).

 

A doutrina de Cristo

Ao falar da necessidade do novo nascimento Cristo demonstrou que ser judeu, fariseu, mestre ou religioso, não habilita ninguém a ter acesso ao reino de Deus.

A Função dos Milagres

"Havia entre os fariseus um homem chamados Nicodemos, um dos principais dos Judeus. Este foi ter com Jesus de noite, e disse: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus. Pois ninguém poderia fazer estes sinais miraculosos que tu fazes, se Deus não fosse com ele" ( Jo 1:1 -2)

Entre os Judeus havia um mestre do judaísmo de nome Nicodemos. Ele era fariseu e foi encontrar-se com Jesus à noite. Neste encontro, surpreendentemente Nicodemos chamou Jesus de ‘Rabi’, ou seja, Mestre. Tal reconhecimento vindo da parte de um juiz, ou de um mestre em Israel era para deixar qualquer um dentre os homens lisonjeado.

Mas, por que Nicodemos chamou Jesus de Mestre? Em sua abordagem inicial Nicodemos fez a seguinte afirmação: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” ( Jo 3:2 ).

Nicodemos entendeu que Jesus era mestre por causa dos milagres que estavam sendo realizados. Nicodemos ao ter noticia dos milagres realizados por Jesus entendeu que Ele era Mestre, porém, um mestre enviado por Deus, o que tornava Jesus distinto de todos os outros mestre em Israel.

Quem poderia realizar os milagres que Jesus estava realizando sem o auxilio do dedo de Deus? O próprio Nicodemos responde: Ninguém poderia realizar estes sinais que Tu fazes! A análise de Nicodemos é totalmente válida, e a conclusão também ( Jo 5:36 ).

Nicodemos venceu uma grande barreira ao concluir que Jesus era Mestre vindo de Deus, e esta conclusão impulsionou Nicodemos a ter um encontro com Cristo à noite. Outros fariseus tiveram encontro com Cristo à luz do dia, porém, movidos de hipocrisia, querendo pegar Jesus nalguma contradição.

Após analisar a pessoa de Jesus através dos milagres que Ele operava, Nicodemos foi até Jesus e expôs a sua conclusão:

  • Jesus era Mestre;
  • Enviados por Deus, visto que:;
  • Ninguém poderia realizar tal milagres, se Deus não estiver com ele.

Nicodemos não foi atrás de um milagre, antes queria saber mais sobre a doutrina d'Aquele que operava milagres.

Sabemos que Deus possui todo poder, e que milagres não são maravilhas superior a própria obra da criação. Não há milagres que supere a obra criativa de Deus, tais como: a vida, o universo, etc. Tudo é um milagre, pois todas as coisa foram operadas maravilhosamente através do poder de Deus.

A função precípua de um milagre é despertar o homem a conhecer o seu Criador. Qualquer uso ou discurso que se faz fora desta tônica desvirtua o 'testemunho' que Deus dá acerta d'Ele, para que o homem procure se aproximar de Deus ( Hb 2:4 ).

Milagres não é o primordial na vida do homem, antes é preciso ter em mente que os milagres são a confirmação de Deus do que foi anunciado pelos profetas e por Cristo. É preciso crer em Deus que opera maravilhosamente, e não nas maravilhas operadas. O homem precisa estar focado na mensagem de Deus, e não nas maravilhas que Dele procedem.

A Doutrina de Cristo

“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” ( Jo 3:3 )

Embora reconhecesse Jesus como sendo Mestre da parte de Deus, Nicodemos desconhecia a doutrina de Cristo. O milagre foi à causa primária da conclusão de Nicodemos de que Cristo havia sido enviado por Deus, porém, Nicodemos precisava ouvir a doutrina do Mestre enviado .

Nicodemos estava focado na qualidade de Mestre daqueles que era enviado de Deus e operava milagres que ninguém poderia operar, se Deus não fosse com Ele “... porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” ( Jo 3:1 ).

Qual não foi a surpresa de Nicodemos quando Cristo lhe respondeu: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” ( Jo 3:3 ).

A estratégia de evangelismo de Jesus é a mesma adotada por João: os milagres tinham a função de demonstrar aos homens que Jesus era o enviado de Deus. Uma vez que Nicodemos já havia reconhecido que Cristo era Mestre enviado por Deus “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus...”, Jesus chama a atenção de Nicodemos para o primordial, o novo nascimento “... e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” ( Jo 20:31 ).

Os milagres deixam de ter importância quando a verdade vem à tona e Nicodemos pergunta: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” ( Jo 3:4 ). Nicodemos não contesta a informação dada pelo Mestre enviado por Deus, antes se preocupou em entender a dinâmica do ‘novo nascimento’, ou da doutrina de Cristo.

Por estar vetado o reino dos céus àqueles que não nasceram de novo, Nicodemos ficou preocupado, uma vez que ele já era velho. Haveria um milagre extraordinário que tornaria possível Nicodemos voltar ao ventre materno para que ele pudesse nascer de novo, mesmo sendo velho?

O fariseu Nicodemos, seguidor de um seguimento mais severo da religião judaica, ao ser informado que não tinha direito de ver o Reino de Deus, deveria soar no mínimo como absurdo. Nicodemos poderia ter rejeitado de pronto a doutrina de Jesus, já que ele, além de ser fariseu, era um representante do melhor da nação e da religião judaica.

Fica claro que ser judeu ou gentil, ser fariseu ou de qualquer outro seguimento religioso, ser mestre ou leigo, ser juiz ou réu, não habilita ninguém a ter acesso ao Reino de Deus. Antes, todos, indistintamente necessitam nascer de novo.

Em nossos dias há muitas pessoas que quem conhecer Cristo através de milagres e maravilhas, mas que não busca a sua palavra “Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” ( Jo 5:47 ).

Nicodemos foi além dos milagres operados por Cristo “porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”, e suportou a doutrina de Cristo, mesmo ela demonstrando que a sua condição não lhe dava direito ao reino dos céus.

Ao falar da necessidade do novo nascimento Cristo demonstrou que ser judeu, fariseu, mestre ou religioso, não habilita ninguém a ter acesso ao reino de Deus. É sobre estes aspectos que comentaremos o novo nascimento: Por que devemos passar pelo novo nascimento? O que é esse novo nascimento? O homem consegue nascer de novo sem a participação de Deus?